Podem os erros nos ajudar?


Escrevo este post inspirado no artigo de Jim de Piante, PMP (link). Começamos com William Shakespeare, que escreveu "Um dia você aprende".
Em gerenciamento de projetos uma das etapas mais importantes é aprender com as "lições aprendidas", ou seja, avaliarmos as ações realizadas ao longo do projeto que foram bem sucedidas e que devem (à medida do possível) ser seguidas nos projetos futuros. Da mesma forma devemos aprender com aquelas ações que não foram bem sucedidas (vamos chamar de "erro" mesmo, não há problema algum) para evitarmos em projetos futuros. Claro que é bom saber o que fizemos bem, no entanto será mais promissor sabermos o que evitar, já que aprendemos com o nosso erro.

O registro das lições aprendidas tem o objetivo de evidenciar o aprendizado (algumas pessoas dirão que é para evidenciar o erro). Tanto as boas práticas do PMBOK quanto as práticas dos métodos ágeis tratam deste assunto (em Scrum: reunião de retrospectiva). O foco deve ser no aprendizado e não no erro. Quando focamos no erro estamos, inconscientemente, o reforçando. Agora, quando focamos no aprendizado estamos reforçando o que de bom tiramos da situação.

Voltando a Shakespeare "...aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas...". Certa vez contratei um profissional que havia cometido um erro na empresa em que estava anteriormente. Ele havia violado uma regra da empresa. Na primeira vez em que aconteceu a regra não estava clara, não estava explícita. Foi penalizado com a demissão. Como era um profissional competente a empresa o chamou novamente para trabalhar. Desta vez recebeu a tal regra explicitamente e de forma muito clara. Não passou muito tempo, ele foi lá e a violou novamente. Foi penalizado, novamente, com a demissão. O que me motivou a contratá-lo, além das qualificações técnicas, foi a certeza de que ele aprendeu que é responsável pelas suas ações (e quem sabe, consequentemente, por seus erros). Além disso acredito que ficou muito claro para ele que existem regras e que somos responsáveis pelas nossas decisões de não segui-las, bem como o preço que pagamos.
Voltando ao nosso mundo de projetos, quantos milhões poderemos economizar ao trabalharmos com profissionais que já cometeram erros no passado e que aprenderam com eles?!
Em entrevistas de emprego quando ouço o candidato falar dos seus projetos de sucesso instantaneamente me vem a mente "E quanto aos seus projetos de insucessos? Fale-me deles. Fale-me o que você aprendeu."

Quando falo de lições aprendidas alguns alunos criticam, "mas professor é muito trabalhoso, muita burocracia". Fico a pensar, o que seria da nossa educação fundamental se o conhecimento de gerações e gerações não fossem escritos nos livros que lemos hoje. Imaginem que os mestres do passado registraram suas lições aprendidas nos livros que lemos hoje. Além disso, imaginem o que seria de nós hoje se tivéssemos diversos livros à nossa disposição e em nenhum momento os pegássemos para ler. Tão importante quanto o registro das lições aprendidas é a disseminação das mesmas.
Lições aprendidas, registrem-as e compartilhem-as.

Enfim, os erros devem ser lembrados, mas não com um sentido pejorativo e sim com a carga de aprendizado que o acompanha. Pessoas que aprendem estão sempre evoluindo e evitando os erros do passado.


Mais uma vez Shakespeare "...o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás".

Olhe para o passado para lembrar e veja no futuro o sucesso em seus projetos.




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